A jovem paulistana, não diferente do clichê vivido por
muitas da sua idade também almeja enroscar-se seriamente com um rapaz boa pinta.
Ela não compra a ideia do príncipe encantado, muito menos que essa resenha
melosa possa durar a vida toda.
Procura em um parceiro que seja mais que uma boa companhia para chegar
as festas de família, casamentos e cinema aos domingos a tarde. Está em busca
de um homem com paciência para ouvi-la e editar seus crônicas chatas que
escreve pelas madrugadas a fora antes de mandar ao editor rabugento.
Escova levemente seus cabelos antes de sair para o chá de
bebê de Manuella, filha de sua prima caçula. Alias, Juliana parecer ter se saído
bem quando se aventurou numa vida a dois com direito a rebento. Calça as sandálias
de plataforma e maquia-se convicta de que não vai sair de casa bonita só para
chamar a atenção do sexo oposto.
Faz isso por ela mesma, como se o melhor cliente a
satisfazer fosse sua própria alma e autoestima. Demorou um bocado para aprender
a valorizar-se. Mas em pouco tempo as transformações interiores
de Mariana foram nítidas e eficazes. Sem dúvida, isso se refletiu na maneira de agir, olhar e se
comunicar com o mundo.
Teve que quebrar o orgulho e começar a ler um livro de
autoajuda que lhe caiu como uma luva. Até mesmo a salvou de um grande abismo
pessoal. Passou a encarar com firmeza todos a sua volta. Aprendeu a tomar
decisões rápidas, comer menos doce e malhar quatro vezes mais. Hoje não vive
sem trotar por 20 minutos aos finais de semana e por incrível que pareça, escolheu o altruísmo
como estilo de vida.
Doa seu tempo a escutar e aconselhar os pobres de espírito,
os desvalidos, os sem aposentadoria e todos aqueles que precisam de um ouvido
amigo. Faz sua vida levar um curso prazeroso sem culpar-se pelo que deveria ter
sido, dito, feito, pronunciado. Sabe que, mais cedo ou mais tarde, vai esbarrar
em um cara igualmente bem resolvido. Daí então a vida a dois será só mais
agradável diante do mundo que ela mesma construiu.