quarta-feira, 15 de maio de 2013

pessoas preciosas


Pessoas preciosas

como manter uma dessas na nossa vida

Colecionamos momentos e sensações em todas as épocas da nossa vida. Desde o primeiro dia de aula na primeira série até a morte de um parente ou amigo, há um único denominador que nos move a lembrar dessas ocasiões; a emoção. É nessas horas que a adrenalina aflora, a pressão aumenta, a sensibilidade aguça e nos impressionamos exatamente com tudo. São dessas sensações que deveríamos nos valer todos os dias.
Quando damos o primeiro beijo a história é a mesma. Um turbilhão de expectativas pode ir pelo ralo diante de um nervosismo ou nos deixam  acordados metade da noite porque não conseguimos dormir direito pensando naquele momento ímpar da mistura de êxtase, medo e ansiedade.

Este conjunto de percepções formam o capítulo da nossa história em que aquela pessoa se torna especial pois conseguiu nos cativar por uma carícia ou por um jeito de falar. São sentimentos rasos que nos prendem ao outro ser borbulhando de volúpia. Esse prazer é bom. O que entristece é acreditar que na dolescência nossas relações são baseadas nesses pilares solúveis.

A medida em que crescemos mudamos a forma de pensar sobre a referência de alguém especial. Levamos em conta a consideração dela por nós e percebemos se ela conseguem ficar ao nosso lado quando vomitamos por beber demais naquela festa ou se o carinho dela ainda persiste depois do vexame que a fizemos passar em público e pedimos perdão.

A gente também elenca os contras para ver se ela continua na nossa vida. Acredito que mais que mensurar e fazer análises das relações,  gostoso é viver o cotidiano na tentative de alcançar a paz do coração do outro.

Isso pode acontecer de repente, por acaso, trombando com um amigo do colegial que te apresenta o novo colega de faculdade que ele acabou de conhecer. Olhares, mãos, ideias e sensações se cruzam e seguem rumo à estabilidade emocional que um dia tanto desejamos. O outro chega na nossa vida e não é mais chamado como estranho. É portanto uma preciosidade em forma humana.

Deve ter sido assim com Chirs Medina, autor da declaração de amor em vídeo para a namorada Juliana Ramos. O rapaz de 27 anos fez um vídeo na data em que ele a pediu em casamento. Infelizmente em 2009 ela sofreu um acidente que a deixou paraplégica em uma cadeira de rodas.

Mesmo que Juliana se encontre debilitada e a convivência com ele pareça um fardo, isso é só impressão. Chris não se importa em carregá-la nos braços embora a situação não seja nada romântica. Chamo isso de amor incondicional. Que ultrapassa a barreira das dificuldades que encontramos. É nessa hora que deveríamos lembrar de não colocar impecílio nas minhas próprias metas, muito menos nas oportunidades de fazer feliz quem a gente gosta.
Fico pensando se ele já não teve vontade de jogar as coisas dela pela janela e Julian, se não teve a oportunidade de bater na cara dele e brigar para valer por algum motivo relevante. Certamente sim. E não deve ter sido poucas vezes. Não dá para saber qual foi a intensidade desses barracos sentimentais, mas uma coisa é certa. Eles se amam de verdade e Chris parecer ter um grau maior ainda de caridade por superar tudo isso ao lado dela.

Tenho certeza de que todo mundo gostaria de encontrar um Chirs Medina no meio do caminho. Aos que já encontraram recomendo parcimônia nas repreensões ao parceiro para não sofrer um remorso causticante caso o destino leve embora quem tanto te prestigiou. Indico também praticar o amor incondicional como o rapaz aí fez. Acima das desavenças e  possíveis circunstâncias dolorosas continuar amando quem te faz um bem danado.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Além das dádivas


Celebrar a vida nos pequenos detalhes faz uma diferença danada. Quando nos damos conta de como cada movimento do nosso corpo é importante, refletimos sobre a dificuldade que as pessoas com mobilidade reduzida têm para conduzir um copo d’água à boca, dar pequenos passos e o perrengue que é se deslocar numa megalópole sem infraestrutura suficiente. Todas essas reflexões nos tornam humanos, a ponto de olhar o próximo com mais sensibilidade e perceber que se não fosse a misericórdia de Deus teríamos perecido há tempos.

Acredito que bons momentos e fatalidades têm o mesmo valor divino atrelado aos propósitos. Cada situação benéfica que nos ocorre tem um significado enorme nas nossas lições diárias. Nossos testes de paciência e gratidão nos são enviados espontaneamente graças à soberania de Deus em provar os seus servos no tempo propriamente Dele. E não é diferente com as atrocidades e perdas, aos quais estamos sujeitos a presenciar.

Jesus Cristo nos avisa, através do livro escrito por seu discípulo João, no capítulo 16, que teremos aflições, mas se estivermos Nele com bom ânimo, as tribulações não exercerão tanto impacto em nossas vidas. O verbo é certo, pois como o futuro a Ele pertence, já estava predestinado que assistiríamos de camarote alguns fracassos das nossas vidas. Ou ainda, seríamos o ator principal. Mas alivia pensar que Ele está conosco para não dos deixar naufragar no mar de nossas lamentações.

Amar a Deus e seus preceitos sobre todas as coisas é a chave para internalizar o nosso papel cristão nesta Terra. Por mais que a conta chegue no vermelho, que o preço do tomate suba loucamente, que o nosso ente querido ainda não tenha entendido o significado do perdão, que o nosso melhor amigo pise na bola toda a semana, que os mais chegados ou nosso pais não estejam mais em nosso meio, temos que internalizar a retidão a Deus nessas e noutras circunstâncias.

Pensem como o amor de Deus pela nossa vida é imenso. Ele já deixou escrito que os momentos de incredulidade bateriam à nossa porta. As dúvidas sobre se Ele continua a ouvir nossas orações, infelizmente tendem a ser o primeiro pensamento do dia. Mas assim como descreveu Habacuque, ainda que decepcione o fruto da oliveira, ou seja, por mais que situações e pessoas nos decepcionem, todavia me alegrarei no Senhor.

E tem como não ficar triste quando alguém morre ou ao término de relacionamentos? Para alguns o desespero é o único amigo, mas para quem se conscientiza que cada qual deve levar a sua cruz, -assim como Paulo tinha um espinho na carne mas não deixou de levar o Evangelho, suportará o bom combate- é o que temos como consolo de alma. E tudo passa. Ainda bem.

Que as adversidades não nos afastem da graça divina e do cuidado do Mestre. Os nossos sentimentos devem ser como o da mulher do fluxo de sangue, que surtiram efeito em meio ao alvoroço da multidão. Andar com Deus é ter consciência de que estamos na contramão mais perfeita que poderíamos estar. É entender que se aceitamos Jesus Cristo como nosso amigo, pai, irmão e guia fiel, Ele nos assistirá em meio a tudo isso. Nosso exercício, embora naufraguemos, é entender que por graça ainda estamos aqui por algum motivo.



Enquanto isso, amar a Deus sobre todas as coisas implica fazer coisas que nosso juízo teima em não aceitar de primeira. Muita vezes para alcançarmos desejos do coração que foram protocolados com o aval Dele, temos que render graças pelo que menos compreendemos. Há situações que Deus não nos faz saber o porquê de as experimentarmos. Mas a certeza que tenho é que em meio a minha dor, alguém se fortifica na fé e no amor de Deus e pode até cessar o lamento por algum motivo.

Viemos ao certo para sermos imagem e semelhança Dele e para que isso aconteça percorremos caminhos árduos. Mas Ele nos quer assim. E gratificante é pensar que não é para sempre. Amanhã quem tanto te incomodou precisa ser ajudado e você precisa estar lá, manso e humilde. Fazer o que? Amar, compartilhar e superar. Uma hora ou outra a situação muda e você percebe que aprendeu a perdoar, e o outro amadureceu.

Aos casados, que vivam a integralidade da relação com o mentor Jesus Cristo. Que observem a natureza juntos, o cantar dos pássaros e a respiração dos filhos ao cair no sono. Momentos são folhas de outono no vento do esquecimento. Vale guardá-las, porém o aroma se perderá. Não deixe de cheirá-las enquanto pode, ainda que o trabalho, o trânsito te consumam e ofusquem o valor disso tudo.

Aos que ainda não encontraram uma pessoa especial ou não querem se relacionar, que escolham a comunicação e a retidão com o Altíssimo, busquem viver tal época de suas vidas com o maior comprometimento, pois é a melhor prova de amor que podemos dar a Ele enquanto vivermos. Servir a Deus enquanto solteiros é a prova dos nove que Ele precisa para ter certeza de que conseguimos viver em prosperidade de espírito, abundantes em graça dentro de nós, mesmo que ao nosso lado não exista ninguém fisicamente.

Se há um bom propósito para Deus, este é que sejamos humanos para todos aqui na Terra. E acredite, quando você estiver arraigado no solo do coração Dele, firmado na Rocha não só feita de promessas, mas de salvação e paz de espírito, ele sobejará dádivas e a pessoa que você tanto pediu aparece. E olha que acontece quando você não está tão necessitado assim. Bom é saber que Ele vela pela sua palavra para cumpri-la.

Amar a Deus sobre todas as coisas, sobre as dificuldades e decepções é a receita para viver em paz. Nós sabemos que Ele é fiel. Agora o validar da nossa fé é estar com Deus pelo que Ele é, não tão somente pelo o que pode nos dar. Ele observa nossa lealdade com ou sem bens, casamentos, e títulos terrenos que conquistamos. Ele quer sobretudo nossa intimidade espiritual. Sigamos por fim na conquista pelo coração Dele, além das dádivas que ele pode nos oferecer.