domingo, 27 de junho de 2010

She´s on sale

There was Ana. She had come back from work with a green bag full of instant soup and selected vegetables. She had gone down to Florida lane with dreams, worn out and 150 dollars to spend that night. She is living alone, like that culture magazine with the same name of her situation. Her parents are living far away from the city and can´t imagine the kind of job their daugther has gotten. Just receiving the money at the end of the month is enough. Ana was the pride of the 8 children because she had managed to get in New York.

A woman with long and wavy hair, dimples and beautiful legs wouldn´t need too much effort to get her parents the money, the flat rent in the south of the city, college and car tuition. Just a few hours with an Italian tycoon was enough for something that money can buy.


She had always phoned saying that she would change to a cheaper appartament, and kept saying she still hadn’t done that before because she wished to be just like her friends from the Publicity Course: lunching at expensive restaurants, having a good lifestyle and looks like she had never had before. Then, the college was a pretext for the whole luxury she had to bear.



Ana wasn´t happy and hasn´t gotten to achieve some plans since she arrived here. Actually, she fell down in underworld of anonymous silhouettes by her friend. In the begining, a few hours and little moments with strange guys hadn´t seem to detract more than their appearance, but her soul, feelings and desires.


She wishes she could finish college as soon as possible to bring Alice, her sister, to live together. But it didn´t work. Her debits increased more each day, because she has gotten to be a showcase woman.

She wanted to choose dishes, wines, expensive trench coats to be a good looking chick, so then she could show her clients how refined and ellegant she was, and couldn’t be pleased with small things. Besides, she wanted to be a woman whom some dollars could ever afford her attitude, expectations and awesome sexual performances. That’s why she was on sale, with her curves, face and mouth. She was there, Putting her decisions off for better days that supposedly would be called love, hope and salvation. Wearing sleek dresses, long necklines and absolutely decided to earn life herself on her own.





Rewied by Amandita

domingo, 20 de junho de 2010

Um quase delírio

A partir daquele dia resolveu não mais esperar. Ela se foi ligeira, sem delongas, firulas e sem a expectativa de receber mensagens no celular no dia seguinte. Penteava os cabelos longos depois de os ter lavado na água morna daquele chuveiro simples do quarto do hotel. Passou base, delineador, rímel, mas também teve que colocar um corretivo com extrato de maracujá nos olhos. Não queria que as meninas da recepção, nem quem chegasse perguntando o andar da sala de coleta de exames a visse com as olheiras que sempre teve.

Pegou um pedaço de pão, beliscou o mamão e nem quis o leite. Queria na verdade não ter deixado de estudar com o filho que tinha uma prova de álgebra e binômios naquela manhã. Fabiana estava leve entre as pernas; despreocupada, aliviada e desprendida. Mas por dentro sentia remorso por ter se desligado dos problemas aritiméticos de Bernando para dar atenção ao poder fálico, um lance antigo que voltava para tirá-la do sério novamente. Edson, o rapaz com perfume de essência cítrica, dessa vez queria comprar um apartamento, uma LCD nova, aprender a cozinhar e a lidar com Zara, a Rotweiller de Fabiana. Também estava disposto a conquistar Bernardo, levá-lo para assistir os jogos de classificação do Santos para o Brasileirão lá na Vila.


Como um ariano descabeçado, intenso e de coração grande, depois de dois anos pediu à Fabiana para jutarem as escovas de dente. Mas a recepcionista de um metro e meio e voz suave, disse que aquele não seria o momento porque estava quase terminando de pagar o tratamento dentário, as prestações do notebook, o 7º semestre de psicologia, os remédios do pai hipertenso e o inglês do filho. Parecia que Fabiana estava leviana quanto aos sentimentos. Como estado civil, mostrava-se completamente desinteressada em investir no amor de Edson e em orgasmos rotineiros como o daquele durante o banho.

domingo, 6 de junho de 2010

Bonequinha de Luxo

Sentada do lado da janela, Gabriela, já com rímel, blush e sombra prata nos olhos pensava nas contas do final do mês. A caminho do trabalho, também no Aeroporto/Miruna, ela evitava olhares com o motorista, o cobrador, ou qualquer pessoa que cruzasse com ela. Deve ser apatia geminiana, pensei. Ou mesmo porque ainda eram seis e quinze da matina. Pelo que eu a observava, a morena não abriria a boca tão cedo a não ser para bocejar.

Tentei me aproximar da jovem. Queria saber sua rotina, seus gostos, seu signo, série de tv que mais gostava. Não tudo de uma vez, claro. Mas mais do que o nome não quis me responder. Gabriela não quis tirar foto e muito menos, continuar aquela conversa. Pensei que renderia uma boa personagem como passageira daquele azulão (o ônibus). Sem sucesso, depois de saber apenas seu nome, fui criando seu estereótipo.

Via uma Gabriela tão forte quanto sua graça. Prestimosa, feminina, mas por azar, era realmente muito antipática. Estava com alguns livros de psicologia. Folheava o caderno com fichamentos sobre o que Freud também não tinha vontade de explicar. Muito menos ela. Preferia tentar ler e ao mesmo tempo escutar o que o Sorriso Maroto poderia dizer para confortar seu coração, que estava sensível depois que o boyzinho do Mackenzie terminou com ela.

Uma típica paulistana nascida na década de 90. Introspectiva, que não pede licença no ônibus lotado, que fala rápido ao telefone, escreve "naum" no msn, prefere feijão ao lado do arroz não por cima, e principalmente, que tem vergonha ao falar da sua vida sexual. É tímida. Sem assunto, mal dormida e que provavelmente pegou o ônibus aquela manhã porque era rodízio do seu New Beatle. Com certeza, não fazia parte daquele mundo.