quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Nossas regras, nosso engano.



e a felicidade que encontramos na contramão





Não comer muita massa, deixar de fumar e ingerir  álcool em excesso  fazem parte do discurso da saúde do corpo. Esperar que ele ligue no dia seguinte e não avançar sinais também podem ser cautelas ou parte de uma precaução feminista.

Quanto mais alimentamos regras e padrões,  mais a nossa alma se afunda nas formalidades que nos são empostas. Por dentro e mais ainda por fora temos a obrigação de parecermos éticos, céticos e independentes. 
E é bem aí que começam as angústias.  Trancamos as portas do desejos e impulsividades em nome da boa forma e da passividade em sermos solteiros. E nem sempre isso é sinôninmo de tranquilidade. Nem todo mundo encara as posições sociais da mesma forma.

Alguns driblam o desespero na cerveja ou no cartão de crédito sem limite. Se não acham conforto, pelo menos passam um bom tempo procurando. Outros, ou a maioria de nós somos acostumados com a ideia de viver para encontrar uma pessoa que nos escute e nos sucumba em carícias intermináveis.

Tenho uma amiga que já passou da fase de se sentir sozinha. A solteirice para ela é sinal de bem estar e segurança. Ela parece feliz em sua própria companhia. No auge dos seus 36 anos já tem casa própria, viaja quando quer e recebe os amigos em casa praticamente todos os dias. Nem tem tempo de se sentir abandonada. E não se atordoa se comeu macarrão demais. Ela, ao contrário de muitos, busca ficar em silêncio.

Quem se frusta com facilidade é porque ainda não aprendeu a enxergar e aproveitar a própria existência. Raramente curtem as fases mais particulares e intensas. Tudo isso porque aprendemos a depender  do resultado de afeto do outro. E isso é preocupante.
 Se gostamos de alguém geralmente movemos tudo a nossa volta para que a pessoa que a gente gosta perceba tudo. Nos envolvemos tanto na relação a ponto de perdemos os próprios horizontes. Ivan Martins já escreveu sobre a presença de um parceiro e caos que isso gera quanto mais o conhecemos.
Acredito que dá para ser feliz em todas as fases. Comendo demais, bebendo de menos e quase não lembrando de acordar cedo e ir caminhar. Namorando e seguindo de mãos dadas à livraria ou na melhor companhia de sí mesmo ao abrir o vinho no começo da noite.
O conforto da existencialidade nem sempre está ligado à um relacionamento. Poderiamos, antes de nos afogar no mar turbulento das declarações de amor, perceber quem somos em diversas situações. E entender que o êxito da vida geralmente trânsita na contramão, e em oculto.

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