sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Os índios serão sugados



Vai acontecer com os indígenas a mesma coisa que acontece com o lixo em Estocolmo, que vai parar debaixo da terra para ser reciclado e ser transformado em mercadoria. Só que com os índios é um pouco diferente; continuarão sugados pelos direitos mercantilistas que tomarão cada vez mais suas terras, destruirão suas áreas verdes e  extinguirão gradativamente sua legitimidade cultural histórica.

Eles precisam desaparecer para a agropecuária crescer. Produtores precisam cada vez mais de espaço para investir no plantio de soja, engordar a Friboi e deixar o governo brasileiro bem na fita com um PIB que avançou num todo 0,6% da economia no primeiro trimestre de 2013. Um dos motivos que levou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em junho deste ano a pedir novo formato da política indigenista, alegando que o setor tem peso econômico no país e que a população indígena e que a politica de demarcação de terras impede o desenvolvimento do setor.

A ONU, em julho do ano passado, publicou uma nota e cutucou sutilmente a medida do governo Dilma, que, de uma forma desapercebida, não dá importância aos tratados de análise das políticas indigenistas. A portaria 
303/2012 da Advocacia Geral da União(AGU) prevê a orientação aos advogados de tomar providências relacioandas à assuntos indígenas sem consultar o órgão Federal. A AGU consegui o poderio desgarrado de auditar a gestão de direito de posse das terras eximindo a ciência da Funai a respeito.

A Organização Internacional puxou a orelha dos petistas ao lembrar que os tratados e inclusive
  a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil faz parte, estabelece que as populações tradicionais devem ser consultadas nessas situações. Foi mais uma manobra para se esvair das críticas. Um belo papel de órgãos "desavisados".

E por falar em belo, a construção da Usina lá Pará sob projeto do PAC(Programa de Aceleração do Crescimento) vai de vento em poupa depois da aprovação dos licenciamentos ambientais  pelo juiz Marcelo Honorato. Ele assou por cima da CIMI (Conselho Indigenista Missionário) alegando que a área da construção e a abrangência
 não tinha relação alguma. Eu vejo, e muita. Quanto maior a devastação ,maior o desmatamento e depreciação do legado cultural, pois as tribos se dispersarão, assim como parte da história nacional.

 Nessa linha tenue entre poder e terra existem o conhecimento da biodiversisdade da qual o povo indígena é detentor e que num piscar de olhos, através de acordos majoritários entre aldeias e ministério público, vai continuar levando o conhecimento da medicina das ervas e plantas para fora do nosso território e enchendo os cofres das  farmacêuticas internacionais. 

Os índios podem até serem chamados de assassinos por terem matado nove servidores num espaço de 15 da Funai que cercaram as  as terras do Vale do Javari, interior do amazonas. Eles não abriram mão do direito de permanecerem isolados, pois deve ter sido a única maneira de preservação, depois de chegarem a real conclusão de que os acordos só lhes renderam meros subsídios como também nem o direito de articulação fora do Congresso. 

O povo dono de 274 línguas particulares de suas terras, e da sabedoria singular sobre os melhores remédios da natureza pedem o espaço para se reservarem, antes de serem levados à penitencia pelos canos da desigualdade.


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