quarta-feira, 3 de abril de 2013

Quando eles choram

e o que sentem os homens em segundo plano


Uma boa seleção de músicas de David Bowie, meia panela de brigadeiro caseiro e uma comédia romântica de TV a cabo fazem parte de um kit melancolia muito comum entre as adolescentes. Mas e quando a fossa vem do lado oposto, e justamente causada por nós, donas da progesterona incutida no DNA feminino?

Boa parte das garotas da minha idade sabe do que digo. Momentos de tristeza profunda e sensação de ser a última bolacha do pacote acontecem até com as mais populares de um grupo. Nos tornamos indisponíveis e com "cara de nada" diante do museu da arte sacra que massacrou nosso coração. E sabemos, uma hora ou outra, que demos a volta por cima.

Gastei um tempo a mais  para entender a reação dos homens ao levarem um fora. Alguns não aceitam na boa e partem para cima da jovem mais vulnerável para ver se impressionam aquele primeiro alvo. Ao me ver, estes conseguem deixar o sonho de conquistar aquela moça cada vez mais longe.

Chega ser extremamente infantil quem se presta ao trabalho de colocar essas melancias podres no pescoço. O que era para ser a saga da caça ao tesouro vira um uma brincadeira de esconde-esconde ao inverso. Ganha aquela que conseguir ficar mais tempo off da vida do cara e manter a integridade sentimental mais longe ainda.

                               

Há os que se apoderam do Don Juan ismo nos momentos de tristeza. Eles refletem, remoem, encafifam pela postura que tiveram mas não desanimam de tentar. Faz parte do universo masculino ir à caça das avulsas bem resolvidas, nem que para isso demore algumas semanas.

Os mais emotivos até choram. E quando isso acontece já perceberam que é hora de mudar o foco das suas energias interiores. Geralmente procuram alternativas práticas de liberarem seus hormônios sem qualquer forma de consentimento. Optam pela partida de pôquer, dama ou algo que lhes traga mais adrenalina. Não querem curtir a solidão num quarto como elas.

Ligam para os amigos e marcam o futebol do domingo. Os da geração Wii reúnem os amigos para os campeonatos ou partidas no Winning Eleven. Não importa a versão. O que vale é a distração para driblar a não aceitação.

Olham para as mulheres na rua mas nenhuma os chama a atenção. Preferem observar, quando dá, e sem cobiça. São, como a natureza os quis, práticos e objetivos até para resolverem assuntos tão subjetivos como esses. Muito justo, eu diria. Tratam do coração assim como opera o sistema binário dentro de um computador; analíticos, sucintos e diretos.

Ainda é interessante saber daqueles que se apaixonam de verdade e projetam a felicidade sem tratar das evidências. Um perigo, mas rola. Um amigo meu apaixonado por outro rapaz na época insistia em me dizer que a relação deles amadureceria com o tempo. Ele ao certo não via que o rapaz não levava as coisas tão a sério quanto ele.




O assunto dos nosso encontros sempre era o Deco. Meu amigo fez este cara o centro das atenções dele durante uns 6 meses. Demorou para ele sacar que o Deco só queria amizade. Doeu para caramba. É difícil aceitar que a doação de carinho que fizemos não foi aceita. Eles, ao contrário de nós parte imediatamente para outra para ver no que dá.

Um outro amigo resolveu gostar da moçinha do grupo de jovens da Igreja. Ela mostrou-se interessada em algo a mais que amizade e foi assim que ele entendeu. Ela floreou, jogo a isca e ele foi pegando ao longo das conversas e mensagens românticas que recebeu no celular. De repente ela avisa que acabou de sair de um relacionamento e que não quer se envolver. E aí, o que fazer com uma menina dessas?

Teve uma atitude de ninfa, daquela que seduz e pula fora só para deixar o interessado mais louco ainda. Meu amigo se sentiu atiçado e ludibriado. Ainda não desistiu de conquistá-la por inteiro. Mas antes da atitude predatória da sua espécie chorou bastante. Poucas vezes vi uma garota mexer tanto assim com um coração de testosterona. Me alivia pensar que de um jeito ou de outro eles também são feitos de açúcar.






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